domingo, 24 de agosto de 2008

Minhas marcas olímpicas

Terminaram, as fantásticas olimpíadas de Pequim 2008. Poucas palavras encontraria para exprimir a grandiosidade deste evento. Aliás para quê, se todos estamos ao corrente disto, pois é a actualidade e as tecnologias da informação e da comunicação não nos poderiam deixar na penumbra. Os jornais encarregar-se-ão de falar de Nelson Évora, de Michael Phelps e de Ussein Bolt; não deixarão em branco as 51 medalhas de ouro da China, os recordes batidos e o esplendor havido.

No que me diz respeito, apetece-me falar das primeiras olimpíadas que despertaram a minha atenção, as de Munique em 1972. Tinha eu quase 15 anos e os conhecimentos que adquirira sobre os Jogos Olímpicos, a classe especial de ginástica do Liceu Adriano Moreira, dirigida por Carlinhos Ribeiro (da qual faziam parte meu irmão Vavuca e Sidónio Monteiro) e o lindo selo editado pelos CTT (ver o envelope do 1º dia em cima), foram o bastante para que me interessasse com entusiasmo por estes jogos. Já entendia o suficiente de política mundial para ficar chocado com os atentados terroristas ocorridos nestes jogos. Mas o choque fora largamente atenuado pela emoção das notícias dos recordes batidos e da proeza de Mark Spitz ao ganhar 7 medalhas de ouro (superada agora por Phelps). Não tínhamos televisão e consolávamos com a rádio.

As olimpíadas seguintes, as de Montreal em 1976, apanharam-me em França e lá pude seguir alguma coisa pela televisão. Jogos olímpicos fracassados (boicote pelas nações africanas, mais de 2 biliões de US dólares de prejuízo financeiro, Canadá, o país anfitrião, não ganhou uma medalha sequer, a tocha acesa por um sofisticado aparato electrónico extinguiu-se com uma forte chuvada) tiveram porém como grande vedeta a romena Nadia Elena Comăneci, que foi a primeira a ter uma nota de dez num evento olímpico de ginástica artística.

Porém, nas férias de 1980, já licenciado em Química, pude assistir pela TV a cores, em Cabo Verde, no conforto da casa de meus pais, à célebre cerimónia de encerramento das Olimpíadas de Moscovo. Célebre pelo mascote Misha, cuja imagem a derramar uma lágrima fruto de placas movidas por participantes nas arquibancadas do estádio, foi inesquecível. Com a liderança dos Estados Unidos, estes jogos foram também boicotados, desta vez por 69 países, incluindo a Alemanha Ocidental, o Canadá e o Japão. Cabo Verde porém, seguiu e aplaudiu com emoção estes jogos camaradas, e até fez emitir uma lindíssima série filatélica em comemoração; vejam os envelopes do primeiro dia, da minha colecção, que vos apresento à guisa de despedida:



2 comentários:

  1. Excelente post!

    Caro Prof. Jorge, quem desenhou(desenhava)os selos da olimpiada de 1972 (1980)?

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  2. Caro Nuno.
    Obrigado pela sua generosa manifestação de apreço.

    Bem gostaria de poder satisfazer a sua curiosidade a respeito dos desenhadores, mas não consegui ainda a informação. Estou também curioso e continuarei a indagar.

    Esses desenhadores têm de facto muito jeito e merecem os nossos cumprimentos.

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