domingo, 29 de abril de 2007

Um dos bolos de laranja de Garda Brito

Garda Brito, minha mulher, é conhecida por ser uma grande "fazedeira" de bolos e sobremesas divinas. Confesso que não sou de coisas doces, mas não deixo de concordar com a sabedoria popular no que alega a respeito de Garda.
Assim, resolvi hoje, ao ver que ela acabara de confeccionar um bolo de laranja para oferecer, trazer para este blog as receitas da Dona Garda.

Bolo de laranja à moda da Mena

  • 2 chávenas de açúcar
  • 1/4 (250g) de manteiga Castelo
  • 5 ovos
  • 3 chávenas de farinha
  • 1 pacote de fermento (baking powder)
  • 2 chávenas de sumo de laranja
  • raspa de uma das laranjas
Numa boa batedeira eléctrica (pode bater à mão se preferir) misture muito bem a manteiga (tem de ser manteiga mesmo, margarina não serve) e o açúcar ; acrescente uma a uma as gemas dos ovos (guarde as claras para as adicionar no fim, batidas em castelo). Adicione a farinha e o fermento e bata bem. Sumo das laranjas e a raspa de uma delas vem a seguir. Por último adicione as claras em castelo e incorpore bem.

Enquanto a mistura vai ao forno em forma de seu gosto (untada e enfarinhada) mas de preferência com uma cova central para albergar a calda de laranja, prepare esta da seguinte maneira:

Leve ao lume meia chávena de açúcar misturada a 1 chávena de água e ao conteúdo de um desses pacotes de sumo de laranja em pó (marca Frisco por exemplo). Deixe atingir o ponto.

Uma vez desenformado o bolo e colocado o mesmo sobre um prato de vidro, regue (o bolo deve estar ainda quente) com um pouco da calda e verta o grosso da mesma na cova central do bolo. Decore com rodelas de laranja a seu gosto, engenho e arte.

Bom proveito!

domingo, 22 de abril de 2007

Nhu Cosmi acaba por se casar com a crioula Mariana

De vez-em-quando me lembro do regozijo envolto na observação feita pelo meu primo e amigo António Correia e Silva por ocasião da sua tomada de posse como Reitor da UniCV:
"Nhu Cosme deve lá onde estiver, sentir-se orgulhoso por serem os dois primeiros reitores cabo-verdianos em Cabo Verde trinetos dele"

Francisco Cosme Nunes, um homem de um metro e meio nascido em Lamego, era porém oficial da marinha de D. Maria II de Portugal que o enviou para Cabo Verde para servir nas Alfândegas da colónia. Foi colocado na chefia do posto alfandegário de Pedra Badejo e ao se instalar teve necessidade de uma governanta de confiança, que lhe cuidasse da casa. Lourenço Lobo de Miranda, um militar com quem travou amizade, indicou-lhe uma jovem de seus 17 anos, filha do mesmo com uma "badia" de nome Maria Vaz, para lhe ir "aguentando" a casa enquanto se procurava uma mais "madura" governanta. Pelo menos nessa (de nome Mariana) ele Miranda tinha confiança.

Porém o jovem Cosme Nunes não perdeu tempo em engravidar a linda crioula e o carácter provisório das lides de governanta, tornou-se definitivo. Cosme Nunes viveu em união de facto com Mariana durante longos anos e com ela teve seis filhos. A todos deu a melhor educação que podia, tendo o primeiro seguido o Seminário Maior e tornando-se no conhecido padre João Henriques Nunes de Aguiar. O segundo de seus filhos estudou em Mafra e o último era também um homem influente nas lides políticas da época.

Cosme Nunes veio a ser nomeado Director das Alfândegas de Cabo Verde e de entre várias homenagens recebidas, destaca-se a medalha de ouro concedida pelo imperador de França:
"pela sua bela conduta na qualidade de Director das Alfândegas de Cabo Verde, aquando do naufrágio a 21 de junho de 1861 do navio comercial francês "Le Georges" ao largo de Pedra Badejo"

Nos seus últimos dias, acamado, seguiu os conselhos de seu filho mais velho, que celebrou o sacramento matrimonial de seus pais, podendo assim Cosme morrer em paz e chegar aos céus de cara lavada, pois sua relação com Mariana já tivera a bênção de Deus.

domingo, 15 de abril de 2007

Menos casas ... mais árvores - II

Vejam como há bem poucos anos atrás eram menos as casas e mais as árvores no início da Avenida Cidade de Lisboa na Praia (sem o "homem de pedra")

Em 2005 já era assim o panorama, com mais construções e muito menos árvores:

domingo, 8 de abril de 2007

Os meus queridos alunos - I

E eis que em 1982, começo a dar aulas no ensino superior. A minha primeira turma era constituída por alunos que seguiam formação conducente a técnicos médios (bacharéis) do domínio agrário. As aulas desenrolavam-se no Centro de Formação Agrária do então Centro de Estudos Agrários (actual INIDA).

É com muito gosto que reproduzo aqui algumas fotos gentilmente cedidas por um desses meus primeiros alunos:
A turma (menos o fotógrafo)

Supervisionada pelo professor

Vai em viagem de estudos ao Fogo

domingo, 1 de abril de 2007

A mulher cabo-verdiana



Para mim, a mulher cabo-verdiana é a heroína das lides difíceis que desde a tenra idade labuta pelos campos e ourelas de mar, carregando fardos e mágoas, sacrificando-se (muitas vezes mãe chefe-de-família) para que os filhos tenham vida melhor.

Por ocasião do 27 de Março de 2007, os produtores da série "Nha terra, nha crêtcheu", quiseram um depoimento meu a respeito da mulher cabo-verdiana. Eis pois um extracto do referido programa onde este meu depoimento se junta a outros de homens cabo-verdianos que também foram entrevistados.