
Este filme gerou bastante expectativas na comunidade cabo-verdiana e sua ante-estreia sobejamente anunciada na blogosfera. Diversas razões podem ser evocadas para justificar tais expectativas, mas eu pessoalmente ansiava por vê-lo, sempre com a vã esperança de poder assistir à eventual cena do julgamento dos insurrectos. Eis um estrato da sinopse:
O filme decorre em Cabo Verde (na ilha de Santiago), durante a primeira metade do século 19, com breves segmentos de extensão a Lisboa e Viena de Áustria e flashbacks, centrados na ilha de Santo Antão e em Salvador, na Baía, pelos fins do século 18.
O levantamento de tropas, na Cidade da Praia, instigado por oficiais desterrados para o arquipélago, em consequência da derrota dos partidários do infante D. Miguel, na guerra civil portuguesa, é o núcleo histórico do filme. Os rebeldes, contrariando as suas próprias convicções anti-liberais, tentaram aliciar para o seu campo a população escrava, à falta de outros meios humanos que lhes corporizem os desígnios.
Conspiração político-militar por um lado, insurreição de escravos por outro, ambas associadas, mas só transitoriamente convergentes, e a mistura não podia ser senão explosiva. Se o núcleo histórico do filme é abertamente conflituoso, o núcleo dramático não o é menos, com uma tecitura melodramática, que nos remete, em pleno, para o período romântico, em que a acção decorre.
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A actuação de JJA Frederico é digna de nota, pois insurgira-se contra a forma ilegal como os cabecilhas da rebelião foram fuzilados e obteve ganho de causa junto da rainha que destituiu em consequência o Governador intransigente. Faça clique no texto ao lado para ampliá-lo e poder melhor se inteirar da questão em apreço.
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