Antes de mais, (além de D. Pedro V que se casara neste dia) queria dar os parabéns a três heróis nascidos a 29 de Abril:
Recordo-me sim, de ter brincado numa praça Alexandre Albuquerque cheia de flores, húmidos canteiros verdes com minhocas e sapos, vendedeiras de doces de leite (Nha Laia e Nha Ida), guarda coxo e zarolho de vara em riste (Nhu Pedro), "musgueros" no coreto e crianças brincando à roda ou ao "soldado, cabo, furriel...", jovens indo e vindo a passear no passeio cimentado que dava para a rua principal da cidade (já vou falar dela) e outros que faziam a circunvolução da praça pelo passeio interior. Ás 20h em ponto, todos se punham em sentido com o hino nacional português que troava pelos altifalantes do Rádio-Club. Logo que os altifalantes se calavam, corria eu para casa jantar (ai de mim se não o fizesse!)
Recordo-me sim, que quando comecei a fazer colecção de selos, tinha muito orgulho em mostrar o meu álbum favorito, o de Cabo Verde. Todas as vezes que o mostrava à minha mãe, esta (funcionária dos CTT) atardava-se na página que vos apresento ao lado, e apontava com ar triste, para os selos comemorativos do centésimo aniversário da elevação da Praia a cidade, contando que a degradação do estado de saúde de minha tia e madrinha Alice, era motivado por esta ter dado muito de si aquando das citadas comemorações. Alice era professora primária e estava envolvida na organização duma grande quermesse que teria lugar por ocasião desse centenário. Ficava altas horas pela noite dentro a recortar papéis de seda e de lustro, a fazer colagens, cartazes e outras coisas, sob uma luz fraca e tremida.
- À Cidade da Praia, pela sua tenacidade e vigor
- À falecida cidadã da Praia, Elsa Azevedo pela coragem e fé
- Ao Comandante Pedro Pires, nosso Presidente da República e Combatente da Pátria
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.Recordo-me sim, de ter brincado numa praça Alexandre Albuquerque cheia de flores, húmidos canteiros verdes com minhocas e sapos, vendedeiras de doces de leite (Nha Laia e Nha Ida), guarda coxo e zarolho de vara em riste (Nhu Pedro), "musgueros" no coreto e crianças brincando à roda ou ao "soldado, cabo, furriel...", jovens indo e vindo a passear no passeio cimentado que dava para a rua principal da cidade (já vou falar dela) e outros que faziam a circunvolução da praça pelo passeio interior. Ás 20h em ponto, todos se punham em sentido com o hino nacional português que troava pelos altifalantes do Rádio-Club. Logo que os altifalantes se calavam, corria eu para casa jantar (ai de mim se não o fizesse!)
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Recordo-me sim, que quando comecei a fazer colecção de selos, tinha muito orgulho em mostrar o meu álbum favorito, o de Cabo Verde. Todas as vezes que o mostrava à minha mãe, esta (funcionária dos CTT) atardava-se na página que vos apresento ao lado, e apontava com ar triste, para os selos comemorativos do centésimo aniversário da elevação da Praia a cidade, contando que a degradação do estado de saúde de minha tia e madrinha Alice, era motivado por esta ter dado muito de si aquando das citadas comemorações. Alice era professora primária e estava envolvida na organização duma grande quermesse que teria lugar por ocasião desse centenário. Ficava altas horas pela noite dentro a recortar papéis de seda e de lustro, a fazer colagens, cartazes e outras coisas, sob uma luz fraca e tremida.
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Nesse tempo, antes da Independência, a rua principal da cidade era a Rua Sá da Bandeira. Rua do Banco Nacional Ultramarino, da Casa do Leão, da Farmácia Leão, do Cachito, da Adega do Leão, da Serbam, do Antoninho Mujota, das Galerias Praia, do "Pilorinho", da casa di Nhu Pipi, da Dona Celina, do Parque Automóvel, da casa di Nhu Bispo!
Lendo as crónicas de Carla Amante da Rosa e tendo visto o filme "A Ilha dos Escravos", não se poderia deixar de dar valor ao homem que num único dia, decretou a abolição da escravatura em Cabo Verde, fez subir Mindelo à categoria de vila e deu à Praia a dignidade de cidade: Bernardo de Sá Nogueira de Figueiredo, o então Visconde de Sá da Bandeira.
Bem merecido o nome dessa rua principal, o de Sá da Bandeira. Porém, veio a Independência e os revolucionários combatentes da pátria, trataram logo de volatilizar todos os vestígios dos heróis portugueses e substituir os nomes das ruas, por outros nomes mais consentâneos com a Revolução e com a África. Assim, Sá da Bandeira teve de ceder seu nome a favor do de Amílcar Cabral e a rua foi promovida a Avenida!
Mais tarde, quando chegou a 2ª República, os novos governantes restituíram os nomes das ruas aos ilustres que durante décadas, tinham seus nomes nas placas toponímicas. Mas.... quem ousaria retirar o de Amílcar Cabral das placas da "Rua Sala Bandera", como ainda os mais velhos a chamam?
Assim, ficamos sem a justa homenagem a esse corajoso e digno estadista!
Por isso, proponho, que nesta comemoração dos 150 anos da cidade da Praia, se dê o nome de Sá da Bandeira a uma de suas ruas!
A rua que proponho, antigamente rua Brandão de Melo, fica próxima da zona onde escravos apanhavam água, a "Aguada da Praya" - local mais tarde conhecido por "quintal di burro" (ver gravura do lado esquerdo). Razões da proposta: a proximidade evocada do local que lembra a abolição da escravatura, a existência antiga dessa rua, o ser paralela à antiga Rua Sá da Bandeira e ao facto de poucos conhecerem seu nome actual. Vejam o GoogleMap à direita e o diaporama que se segue:
Lendo as crónicas de Carla Amante da Rosa e tendo visto o filme "A Ilha dos Escravos", não se poderia deixar de dar valor ao homem que num único dia, decretou a abolição da escravatura em Cabo Verde, fez subir Mindelo à categoria de vila e deu à Praia a dignidade de cidade: Bernardo de Sá Nogueira de Figueiredo, o então Visconde de Sá da Bandeira.
Bem merecido o nome dessa rua principal, o de Sá da Bandeira. Porém, veio a Independência e os revolucionários combatentes da pátria, trataram logo de volatilizar todos os vestígios dos heróis portugueses e substituir os nomes das ruas, por outros nomes mais consentâneos com a Revolução e com a África. Assim, Sá da Bandeira teve de ceder seu nome a favor do de Amílcar Cabral e a rua foi promovida a Avenida!
Mais tarde, quando chegou a 2ª República, os novos governantes restituíram os nomes das ruas aos ilustres que durante décadas, tinham seus nomes nas placas toponímicas. Mas.... quem ousaria retirar o de Amílcar Cabral das placas da "Rua Sala Bandera", como ainda os mais velhos a chamam?
Assim, ficamos sem a justa homenagem a esse corajoso e digno estadista!
Por isso, proponho, que nesta comemoração dos 150 anos da cidade da Praia, se dê o nome de Sá da Bandeira a uma de suas ruas!
A rua que proponho, antigamente rua Brandão de Melo, fica próxima da zona onde escravos apanhavam água, a "Aguada da Praya" - local mais tarde conhecido por "quintal di burro" (ver gravura do lado esquerdo). Razões da proposta: a proximidade evocada do local que lembra a abolição da escravatura, a existência antiga dessa rua, o ser paralela à antiga Rua Sá da Bandeira e ao facto de poucos conhecerem seu nome actual. Vejam o GoogleMap à direita e o diaporama que se segue:
Belo Post, meu caro.
ResponderEliminarConsidera-me o 2º subscritor da tua proposta.
1ab
ZCunha
Olá!
ResponderEliminarPost interessantíssimo mais uma vez. Quando coloquei o decreto sobre a "abolição da escravatura" senti que tinha passado um pouco ao lado do grande mentor, Sá da Bandeira. O seu post vem fazer justiça. A ideia da rua é pertinente e acredite que há mais gente que defende a defende. Um bem-haja!
Carla
A família do marquês tem mais ligações a Cabo Verde do que muita gente pensa. Ele foi o primeiro a defender a inclusão de Cabo Verde como ilhas adjacentes, ordenou a fundação da cidade do Mindelo (cujo nome é ideia dele e bom, mas aqui os praienses não gostaram, pois a ideia era transferir para o Mindelo a capital), etc. Um dos irmãos foi deputado por Cabo Verde e outro viveu na ilhas.
ResponderEliminarJoman