Por mais que queira fugir às tentações de me inspirar nas efemérides do dia para evocar momentos singulares do meu percurso existencial, não consigo escapar desta vez a mencionar o sublime momento em que assisti a um discreto mas marcante filme: Modigliani (nascido a 12 de Julho de 1884). Eis a sinopse:
Mas, porque me impressionou este filme? ... Porque, tratando-se das rivalidades entre dois amigos talentosos, com laivos de inveja à mistura e com perfis comportamentais e familiares bem diferentes, me fizeram lembrar os meus primeiros anos de puberdade. Eis o caso:
Meus três últimos anos da escola primária, fi-los numa escola particular, a "escola da Dona Eulália", onde éramos uma quinzena de crianças. Fomos bem treinados e éramos excelentes alunos. Um de meus colegas destacou-se ainda como um chefe de fila, brigão e líder das traquinices. Já nessa altura considerava-me como rival académico. Tornámo-nos amigos, pois nossas mães o eram e frequentávamos as casas um do outro. Um belo dia, em plena sala de aulas, o dito-cujo não gostou de uma das minhas jocosas/sarcásticas provocações e desafiou-me para uma briga, mais tarde, lá na praça (a em frente da minha casa - ver cabeçalho deste blog). Atarracado e com físico de Maradona (até com ele se parecia), meu amigo, rapaz de brigas, iria certamente dar -me uma valente sova! Lembrei-me de que ele gostava de dar socos no ventre do adversário e lá me precavi "forrando" minha barriga com uma tampa metálica duma caixa de chocolates. Porém, antecipando a cena da mão dorida após o 1º soco, não resisti em revelar o "segredo" a um dos outros rapazes, que tinha por leal amigo. Só que este era mais leal ao brigão e no momento H contou-lhe o "segredo". Claro que a primeira coisa que o fulano fez, foi retirar-me a lata, e em seguida iniciar a tal sova. Recusei-me a brigar e o incidente não passou de um soco. Meu pai (brigão no seu tempo) disse-me que eu era sim, um "latoso"!
Quando no ensino secundário entrámos, este meu brigão amigo, rivalizava-se comigo para ser o melhor aluno do ano e da escola. Uma vez, ele apanhou uma melhor média que a minha no 1º período e todo ufano, se vangloriava disso, parecendo um pavão. Nos dois períodos subsequentes, suplantei-o, vindo a ser o melhor aluno do então Ciclo Preparatório. O indivíduo não se continha em verbalismos pouco abonatórios a meu respeito! Isso me dava um grande prazer. Contudo éramos amigos e estudávamos juntos, quer em casa dele, quer na minha. Mandáva-mos buscar de Lisboa, os famosos "pontos" resolvidos, da Porto-Editora e treinávamos juntos a sua resolução. Era uma competição sadia e fazíamos jogo limpo!
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Por isso, a história desse filme trouxe-me estas valiosas recordações. Não foi pela arte de Modigliani, que foi capaz de transformar a beleza de sua mulher (foto à esquerda) nesta pintura (à direita), porém considerada obra-prima.
Vejam agora um extracto do filme onde se vê o genial artista a pintar esse quadro.
Estamos em 1919. A Grande Guerra acabou e a vida nocturna em Paris está cheia de paixão escura e obsessão descontrolada. No café Rotonde, o refúgio dos artistas, encontramos uma mesa, como qualquer outra na história: Picasso, Rivera, Stein, Cocteau, Soutine, Utrila e Modigliani.Esta é a história da rivalidade entre Modigliani (Ande Garcia) e Picasso (Omid Djalili). Dois Homens cuja inveja um do outro é alimentada pelos seus brilhos, arrogâncias e paixões.É também a história da maior tragédia amorosa na história da arte. Jeanine Hebuterne (Elsa Zylberstein) era uma jovem e bonita rapariga católica, cuja única falha, segundo seu pai, foi apaixonar-se por Modigliani, um judeu.O pai de Jeanine envia secretamente para um convento num lugar longínquo o seu filho e de Modigliani.Ao mesmo tempo, Paris prepara-se para a competição anual de Arte. O prémio é dinheiro e uma sólida carreira. Até este momento Picasso e Modigliani nunca concorreram porque eram Picasso e Modigliani. Mas agora Modigliani e Jeanine tém de salvar o seu filho. Bêbado e com raiva, Modigliani inscreve-se na competição. Face a isto Picasso inscreve-se também. Paris torna-se frenética de excitação!
Meus três últimos anos da escola primária, fi-los numa escola particular, a "escola da Dona Eulália", onde éramos uma quinzena de crianças. Fomos bem treinados e éramos excelentes alunos. Um de meus colegas destacou-se ainda como um chefe de fila, brigão e líder das traquinices. Já nessa altura considerava-me como rival académico. Tornámo-nos amigos, pois nossas mães o eram e frequentávamos as casas um do outro. Um belo dia, em plena sala de aulas, o dito-cujo não gostou de uma das minhas jocosas/sarcásticas provocações e desafiou-me para uma briga, mais tarde, lá na praça (a em frente da minha casa - ver cabeçalho deste blog). Atarracado e com físico de Maradona (até com ele se parecia), meu amigo, rapaz de brigas, iria certamente dar -me uma valente sova! Lembrei-me de que ele gostava de dar socos no ventre do adversário e lá me precavi "forrando" minha barriga com uma tampa metálica duma caixa de chocolates. Porém, antecipando a cena da mão dorida após o 1º soco, não resisti em revelar o "segredo" a um dos outros rapazes, que tinha por leal amigo. Só que este era mais leal ao brigão e no momento H contou-lhe o "segredo". Claro que a primeira coisa que o fulano fez, foi retirar-me a lata, e em seguida iniciar a tal sova. Recusei-me a brigar e o incidente não passou de um soco. Meu pai (brigão no seu tempo) disse-me que eu era sim, um "latoso"!
Quando no ensino secundário entrámos, este meu brigão amigo, rivalizava-se comigo para ser o melhor aluno do ano e da escola. Uma vez, ele apanhou uma melhor média que a minha no 1º período e todo ufano, se vangloriava disso, parecendo um pavão. Nos dois períodos subsequentes, suplantei-o, vindo a ser o melhor aluno do então Ciclo Preparatório. O indivíduo não se continha em verbalismos pouco abonatórios a meu respeito! Isso me dava um grande prazer. Contudo éramos amigos e estudávamos juntos, quer em casa dele, quer na minha. Mandáva-mos buscar de Lisboa, os famosos "pontos" resolvidos, da Porto-Editora e treinávamos juntos a sua resolução. Era uma competição sadia e fazíamos jogo limpo!
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Por isso, a história desse filme trouxe-me estas valiosas recordações. Não foi pela arte de Modigliani, que foi capaz de transformar a beleza de sua mulher (foto à esquerda) nesta pintura (à direita), porém considerada obra-prima.
Vejam agora um extracto do filme onde se vê o genial artista a pintar esse quadro.
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