domingo, 23 de agosto de 2009

De Morais e Castro aos burros do "Tonecas", da Eulália e do Maio

Pois é! Até parece que os meus mais queridos actores cómicos portugueses, teimam em me pregar sustos, indo desta para a melhor! Acabo de chegar de férias, da Ilha do Maio e qual não foi o meu espanto ao sintonizar a SIC notícias e me dar conta do enterro do célebre professor das Lições do Tonecas. É esse mesmo, José Armando Tavares de Morais e Castro:

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Segundo o Jornal Público:
É da televisão que o grande público terá uma imagem mais vívida de José Armando Tavares de Morais e Castro, das séries e novelas da RTP e da TVI às Lições do Tonecas (1996/8), mas foi no teatro que se estreou, ainda no liceu, e que mais trabalhou ao longo de mais de 50 anos de carreira. Dirigente da Casa do Artista, onde residia nos meses que antecederam o seu internamento, casado com a actriz Linda Silva, Morais e Castro nasceu em Lisboa a 30 de Setembro de 1939.
Assim como Solnado, faltavam-lhe poucas semanas para completar uma idade a números redondos: 80 para Solnado, 70 para Morais e Castro. Ambos nos divertiram imenso e não falhava nenhum episódio das Lições de Tonecas. Vejam um extracto de um deles:


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As aulas desta série até me fazem lembrar a escola da Dona Eulália, onde passei bons momentos e episódios do mesmo tipo que os das referidas "Lições do Tonecas". Dona Eulália era uma Setubalense, casada com um funcionário, salvo o erro dos TACV, o Sr. Arlindo. Na escola particular dela, éramos poucos e lembro-me dos terríveis irmãos Pinto Eliseu, das gémeas Ruth e Marilu, do Jorge Manuel (filho da professora), do Nando, do Necas, do Carlinhos, do Jorge Ribeiro, da Tó, e de alguns outros mais. Não eram raras as sandices à moda do Tonecas: uma vez, a professora pediu que falássemos dos tipos de sangue que circulam no corpo humano e uma das gémeas disparou sorridente: "sangue arterial e sangue venenoso!"

Gargalhadas e "burra!" foram as explosões que se sucederam. Dona Eulália fazia um esforço para ela também conter o riso e repreendia os que chamaram a pobre colega, agora chorosa, de "burra". Lá foi ela dizendo que as pessoas não são burras e que este animal até era bastante astuto e alerta.

A propósito de burros astutos e alertas, não posso deixar de manifestar a minha tristeza pela extinção dos burros selvagens da Ilha do Maio. Com efeito, há 16 anos quando lá tinha ido pela última vez, pude ver esses soberbos animais correr sobre as calcárias pedras da ilha e a se esconder entre os arbustos da famigerada Prosopis juliflora. Esses burros eram, segundo os camponeses do Maio, impossíveis de domar; para os ter era necessário capturá-los bebés e criá-los com cuidado. De cor bege, estes animais ostentavam uma listra castanho escura a negra, na base do pescoço. Infelizmente, a seca fê-los morrer de sede ao longo dos anos e hoje já não os há selvagens! Também verifiquei com amargura que o número e a variedade ornitológica diminuiu grandemente. Onde estão as lindas aves do Maio? Porque não houve declaração de "zonas naturais protegidas" para o Maio? Houve sim a designação de ZDTIs (Zonas de Desenvolvimento Turístico Integrado) que muita polémica fez surgir (ver aqui por exemplo) .
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Fiquemos agora com um documentário sobre esta magnífica ilha do Maio, que aos poucos vai despontando para um turismo promissor (ZDTI aqui):


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